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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

SOMOSCOOP, POR ROBERTO RODRIGUES

Mais uma contribuição do nosso colega Carlos Piragibe




É voz corrente que o cooperativismo não tem conseguido comunicar-se com a sociedade em geral de maneira a mostrar as qualidades da doutrina quando aplicada pelas cooperativas de todos os segmentos para o bem-estar dos cidadãos.
De fato, o próprio conceito é um pouco complexo: “cooperativismo é a doutrina que visa corrigir o social por meio do econômico”. O que isso significa? Pessoas se unem em cooperativas em busca de serviços de interesse comum que não conseguem obter individualmente; tais serviços melhoram a produtividade e a renda das pessoas associadas, e isso viabiliza o seu acesso à educação, à saúde e outros fatores que lhes garantam progresso social.
Embora isso pareça óbvio, não é trivial a criação de cooperativas a partir do zero. Além do aparato doutrinário, há uma legislação estabelecendo as regras para tal feito. Mas, antes de tudo, pessoas que poderiam se beneficiar com a montagem de uma cooperativa precisam saber o que é exatamente esta instituição, o que a diferencia de uma outra empresa qualquer, como funciona etc. E, quando entenderem tais premissas, saberão que uma cooperativa é uma empresa também, baseada em valores e princípios, mas uma empresa que vai competir num mercado cada vez mais disputado. E, portanto, ela tem que ser necessária: não adianta criar uma cooperativa por criar; seus fundadores têm que admitir que ela é fundamental para sua sobrevivência e seu progresso econômico. E, mais ainda: ela tem que ser viável economicamente. Não se faz nada sem acreditar e investir; uma cooperativa não nasce de boas intenções apenas. E, naturalmente, é preciso liderança que cultive e estimule o espírito associativo, nem sempre fácil de conseguir.
Em resumo, montar uma cooperativa exitosa depende de muita informação e muita dedicação. Em busca dessas variáveis, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) acaba de lançar um verdadeiro programa de comunicação sobre o tema: trata-se do SomosCoop, por meio do qual a entidade divulgará os valores, os princípios e o modelo do negócio cooperativo, para atrair mais gente para esse setor que equilibra os valores sociais e econômicos de uma coletividade.
O programa foi idealizado a partir da identificação de fatores negativos, tais como o desconhecimento e o reconhecimento do que seja cooperativismo, além dos diferentes estágios dele nas diversas regiões do País. Com esse diagnóstico claro, o projeto visa:
1. atualizar o significado da doutrina e fortalecer o cooperativismo no Brasil;
2. despertar o sentimento de pertencimento e orgulho nos cooperados;
3. promover a intercooperação;
4. agregar valor para produtos e serviços das cooperativas;
5. e alinhar o Sistema OCB ao cooperativismo internacional representado pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
Este último objetivo, aliás, faz todo sentido: existem, no mundo, mais de l bilhão de pessoas filiadas a cooperativas. Se cada uma tiver três dependentes, chega a 4 bilhões o número de terráqueos ligados ao setor, mais da metade da população do Planeta. Enquanto isso, aqui, temos pouco mais de 20% de brasileiros nas mesmas condições. O SomosCoop será um conjunto de ações e campanhas que mostrarão os valores da doutrina, “convocando” os cidadãos de bem para que se somem a esse grande movimento global. Até que enfim, um projeto claro que certamente trará bons resultados!
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Roberto Rodrigues é Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV (GV Agro), embaixador especial da FAO para as Cooperativas e presidente do LIDE Agronegócios

A ERA DO PROPÓSITO, POR THIAGO CAETANO

Uma contribuição do nosso colega de turma CARLOS PIRAGIBE

Estamos no início de uma nova revolução na forma com que as empresas fazem negócios e se relacionam com seus stakeholders, sociedade e com o planeta.
Em 2008 quando explodiu a grande crise econômica do século atual, o capitalismo foi colocado a prova e duramente questionado, onde pairam críticas e dúvidas até os dias atuais, sem falar do reflexo imensurável de desconfiança, medo e angústia. O fato é que muitas pessoas começaram a perceber de forma mais nítida o que movia todo o sistema: A ganância descontrolada, o lucro pelo lucro. Nesse sistema para a quase totalidade das organizações imperava a velha máxima de “Os Fins justificam os meios”. Deixando-nos uma pergunta: Qual será o sentido de tudo isso?
A partir desse fato, o mundo não foi mais o mesmo, emergiu desse episódio então um novo consumidor, aqueles que buscam o real significado das organizações, esse público cresce a cada dia, pois sabem que é preciso algo maior por trás do mero consumo. Eles querem adotar marcas que agregam valor, buscam empresas das quais possam defender pelos ideais, por acreditar no que essas empresas acreditam. O exemplo mais emblemático que temos é a gigante Apple, que se tornou objeto de desejo de muitos, simplesmente por acreditar que todos podem “Pensar diferente”, “Desafiando o status quo” de cada um, fornecendo o que as pessoas mais querem, “uma causa para defender”.
A cada dia percebemos que as pessoas estão buscando mais significado, sentido para o que fazem, desde sustentabilidade ambiental até impacto social, as pessoas querem empresas que pratiquem verdadeiramente o bem, não apenas como mais uma ação de marketing, mas sim como algo da essência dessas organizações. Assim nasce uma geração que se resume a uma frase: “Vamos fazer deste mundo um lugar melhor”, e ela quer viver a Era do Propósito.
Percebemos nos últimos anos uma crescente de grandes empresas como (Apple, Disney, P & G, Mac Donald´s) e para citar algumas nacionais (Pão de Açúcar, Algar, Riachuelo, entre outras), que estão mudando o ponto de partida dos seus negócios, estão começando pelo Por quê? Essa pergunta tem uma resposta muito além do lucro, essas empresas incluem sociedade, clientes, meio ambiente no seu núcleo de negócios e não à margem, o fato é que elas primeiro investem energia pensando como podem fazer cada vez mais o bem para as pessoas e para o planeta. Essas empresas encontraram o seu PROPÓSITO !!
Ainda é confuso para muitos o significado teórico e prático do Propósito. Ressalto que Propósito não é a Missão, pois missão é o Que Fazemos Bem, Propósito não é a Visão, pois visão é para onde estamos indo, e Propósito não é uma causa ou ação social. Propósito é sim nossa razão de existir, é o “PORQUÊ” estamos aqui.
Falar de Propósito e Cooperativismo, é conectar-se numa escala ainda maior, pois a origem do Cooperativismo já foi o estabelecimento de um Propósito em si. Cooperativas possuem na sua essência, no seu nascimento o “fazer o bem”. Mas é preciso alertar que temos ao mesmo tempo uma lacuna e uma grande oportunidade, onde a maioria perde a oportunidade de resgatar e disseminar o Propósito, e com isso levar a cultura adiante, para conectar todos os colaboradores, cooperados e comunidade. O propósito já existe dentro de cada Cooperativa, só precisa ser extraído, unificado e uma vez descoberto por TODOS da equipe, cria uma liga que literalmente atrai o time e potencializa o nível de engajamento e realização. Portanto, traz o significado para todos de fazerem o que fazem, pois quando sabemos o Porquê, e ele faz sentido e toca a todos, o time enfrenta e descobre os melhores “como” fazer.
A velha máxima de o que nos trouxe até aqui, não nos garantirá que cheguemos ao futuro, nunca foi tão verdadeira. Descobrir o Propósito não só potencializa o presente, mas garante a perenidade, o Propósito é o que de fato vai tornar a sua Cooperativa única, pois ele nasce das entranhas da organização e nunca poderá ser copiado.
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Autor: Thiago Caetano – Cofundador Instituto Realizare – www.institutorealizare.com.br